A coleta de resíduos industriais envolve uma série de cuidados, já que são considerados os grandes responsáveis pelas maiores agressões ao meio ambiente. Entretanto, muitos têm dúvidas sobre do que se trata os resíduos industriais e como fazer o descarte desse tipo de poluente e é sobre esse assunto que vamos falar no post de hoje.
De modo geral, resíduos industriais são “resto” da produção industrial que não pode ser descartada sem controle e exige um método específico para sua eliminação.
Como o próprio nome diz, eles são originados de processos industriais, na qual possuem composição mista e, muitos deles, podem ser perigosos, trazendo consequências negativas não só para o meio ambiente, mas também para a saúde pública.
Podemos citar alguns exemplos de resíduos industriais, tais como: cinzas, lodos sólidos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros e cerâmicas. Além de resíduos os efluentes industriais, como lodos líquidos provenientes de sistemas de tratamento de esgoto e aqueles gerados na limpeza de equipamentos e instalações em geral.
Como os resíduos industriais são classificados
Antes de realizar a coleta de resíduos industriais, eles são classificados conforme suas características próprias que envolvem aspectos físicos, químicos e biológicos, quantidade e qualidade de amostra.
A análise delas auxilia na classificação de resíduos, o que determina a destinação menos agressiva ao meio ambiente. A partir da identificação, é possível classificar os resíduos de acordo com os riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, conforme disposto na NBR 10.004/04 da ABNT.
Classe I (perigosos)
São os resíduos que apresentam periculosidade e características específicas, como corrosividade, reatividade, inflamabilidade, toxicidade e patogenicidade. Os resíduos de classe I (perigosos) são aqueles que apresentam algum tipo de periculosidade, que podem ser identificados por meio de características como a inflamabilidade, toxicidade e corrosividade, dentre outras.
Resíduos Classe II (não perigosos)
Os resíduos não perigosos são classificados em inertes e não inertes:
Resíduos Classe II A (não inertes): não se enquadram nas classificações dos resíduos perigosos ou dos resíduos da classe II B (inertes). Ou seja, é classificado por exclusão. Eles possuem propriedades que os tornam menos agressivos ao meio ambiente, como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água.
Resíduos Classe II B (inertes): são resíduos que, quando em contato com a água, não a contaminam, deixando-a potável. Em palavras técnicas, não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, exceto por modificação em aspecto, turbidez, cor, sabor e dureza (anexo G da NBR 10004).
Saiba como é realizada a coleta de resíduos industriais
Para garantir uma correta coleta de resíduos industriais é preciso adotar práticas exigidas por lei e trabalhar com foco na preservação do meio ambiente.
Plano de Gerenciamento de Resíduos
O primeiro passo que envolve o descarte de resíduos industriais é elaborar um plano de gerenciamento, que consiste em um documento técnico que faz parte do processo de licença ambiental. Ele é capaz de indicar a capacidade que o empreendimento possui de gerenciar os resíduos de modo correto e, por isso, garante mais segurança no controle dos processos.
Entre os benefícios de elaborar um plano de gerenciamento de resíduos industriais estão: redução na geração de resíduos na fonte; diminuição da poluição ambiental; menos impacto negativo na saúde pública e menor desequilíbrio da fauna e da flora.
Classificar os resíduos
O segundo passo é a coleta e o transporte, ambas as atividades dependem da classificação dos resíduos para ser realizada corretamente. Lembrando que explicamos logo no início do artigo, como eles são classificados e quais categorias pertencem.
Ter uma logística apropriada
Ter uma logística apropriada é essencial na coleta de resíduos industriais, como a prática em adotar a logística reversa, cujo objetivo é o consumidor devolver os rejeitos para a empresa, que fará a destinação correta.
Estão enquadrados nessa situação diversos produtos, como pilhas, materiais hospitalares e eletrônicos em geral. Lembrando que é imprescindível avaliar os itens com os quais a sua empresa trabalha para aplicar uma logística adequada.
Assegurar os níveis de risco adequados ao trabalhador
O trabalhador que atua diretamente com os resíduos industriais deve ser bem equipado para se proteger dos riscos aos quais está submetido, como o de contaminação. Exige-se a adoção de equipamentos de proteção individual (EPIs) e quaisquer outros mecanismos que assegurem a segurança do trabalhador.
Por exemplo: o trabalho com amônia é perigoso e exige técnicas adequadas para evitar a exposição à substância. Há regras que regulamentam essa questão e devem ser rigorosamente cumpridas.
Fazer o descarte no local adequado
Para evitar maiores problemas, os resíduos industriais devem ser descartados e armazenados em um local adequado.
No caso da armazenagem, é necessário observar as regras da NBR 12.235/1992, relacionada à estocagem de rejeitos perigosos. As movimentações desses resíduos também devem ser devidamente registradas, especificando o tipo, a quantidade e o encaminhamento a ser dado.
Já em relação à coleta, é fundamental fazer o transporte em veículo apropriado e o motorista deve ter capacitação em Movimentação Operacional de Produtos Perigosos (MOPP). Motorista e coletores também devem ser treinados para fazer atendimento em emergências.
Esteja em conformidade com a legislação
Por fim, ao contratar uma empresa de gerenciamento de resíduos industriais, certifique-se que ela esteja em conformidade com as legislações ambientais e as normas relativas à coleta e ao descarte. Até porque, devido à intensa atividade industrial, esse volume de ‘sobras’ da produção é enorme e, na maioria das vezes, não é devidamente descartado.
Cabe ainda ressaltar que, esse tipo de resíduo necessita de tratamento especial e sua gestão adequada é o primeiro passo para que as empresas contribuam para um meio ambiente mais saudável.